segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"The Escapist"




“This is who I am
Escapist
Paradise Seeker
Farewell, time to fly
Out of sight
Out of time
Away from all lies

A nightingale in a golden cage
That's me locked inside reality's maze”


Três raparigas estavam sentadas numa mesa dum café. Cada uma com um saco de ginástica ao pé e de sabinas brancas calçadas.
“Os treinos estão cada vez mais duros…”
“Infernais.”
“Mas temos de aguentar! Se não formos fortes acontece-nos o mesmo que a ela…”
As três assentiram em profundo silêncio; quando aspirantes a bailarinas se sentam a conversar sobre a sua carreira futura, é impossível não a mencionarem.
A porta da frente tilintou. Por ela entrou uma jovem, uns anitos mais velha que as três bailarinas, envergava um vestido de casamento velho, esfarrapado e redesenhado. Dava-lhe o aspecto de uma boneca, esfarrapada, duma caixa de música.
Sentou-se ao balcão e pediu um café.
“Quem é aquela?”
“Uma artista de rua, acho eu.”
“Não importa. O que é que vocês acham que aconteceu realmente à Marisa? Lá na escola todos sabem mas ninguém conta uma história igual à outra.”
A primeira das três amigas aclarou a voz e disse:
“Eu ouvi dizer que ela ficou louca. Com tantas exigências da família e dos instrutores e simplesmente cedeu, com tanta pressão. Ficou maluca e a família esconde-o, para não passarem vergonha.”
As outras duas digeriram em silêncio esta informação.
“Se assim foi, não era tão espectacular como toda a gente conta, apenas uma menina fraca.” Comentou a segunda amiga. “O que eu ouvi foi que lhe recusaram um papel numa grande produção e que, por orgulho, recusou-se a voltar dançar. Para sempre.”
Por fim, a terceira amiga falou. “Essa atitude revela uma imaturidade completa. Nunca seremos assim!” as outras duas apressaram-se a concordar. “O que eu ouvi, foi que lhe estava arranjado um casamento com alguém de quem ela não desejava e que a obrigaria a desistir do bailado e que para não se casar, fugiu de casa… Mas ela era e é uma estrela, não pode voltar a escola nenhuma sem correr o risco de ser conhecida…”
A rapariga que estava ao balcão saiu do café. Lá fora, viu um rouxinol pousado numa árvore.
“Eu ouvi dizer que ela uma noite ouviu alguém como tu cantar; a música encantou-a tanto que, pela primeira vez, dançou para ela própria. Desde então, vagueia pelas ruas à procura de quem consiga tocar a música que vai dentro de si.”  

3 comentários:

  1. A pedido da Marisa = )
    Se mais alguém quiser que dê o mesmo tratamento a uma música que goste, não hesitem em pedir.

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  2. Adorei <3 lindo
    Obrigado pelo comentário e pela ajuda.
    Não hesito em agradecer-te pelo que tens feito ^^

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  3. Ficou perfeito o poema, e na página ficou lindo :$
    Obrigado ^^

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